quinta-feira, 7 de abril de 2016

Análise da obra “Até um dia, meu amor”. Por Susana Morais (11.º CT4)



“Até um dia, meu amor”

O livro “Até um dia, meu amor”, escrito por Paula Raposo Esteves, conta a história de Ana, uma mulher que vivia feliz com a filha Beatriz e o marido David, e que tinha uma vida estável entre o trabalho e a família.
Com a mudança de uns novos vizinhos para a casa em frente à sua, Ana depara-se com uma situação que põe em causa muito daquilo em que ela acredita. Quando o seu olhar se cruza pela primeira vez com o de João, o seu novo vizinho, Ana sente algo estranho e inexplicável, algo que nunca sentira antes, e, a partir desse dia, começa a ter uns sonhos que remontavam ao final do primeiro século do Império Romano. Nesses sonhos, ela revivia a vida de Diana, uma escrava romana.
Inicialmente, Ana considerou esses sonhos insignificantes, mas com o passar do tempo e com o aparecimento de mais pormenores nos sonhos, não só sobre a vida da escrava, mas também sobre a própria vida na época, Ana apercebe-se que aquilo não eram sonhos, mas sim memórias de uma vida passada em que ela e João tinham vivido uma intensa história de amor, daí a sensação que ambos sentiram na primeira vez que se viram. Nessa vida, Ana era Diana e João era Marcellus, um poderoso oficial romano. Ana e João eram então reencarnações da escrava e do oficial.
No passado Diana e Marcellus tinham vivido um amor profundo, mas tinham acabado separados, pois Diana morrera ao dar à luz um filho de ambos. Assim, a história repetia-se, João tinha uma grande dificuldade em deixar-se amar, não deixando que Ana se aproximasse dele.
João adoece gravemente e acaba por morrer, o que deixa toda a família de Ana de rastos, já que se tinham tornado grandes amigos dele.
Entretanto, David que descobrira o amor que a mulher nutria por João, quis pôr um fim à relação. Ana tentou explicar-lhe que, apesar de sentir um amor profundo e antigo por João, o continuava a amar como sempre o fizera, mas David não acreditou.
Na minha opinião, este livro é bastante completo, pois aborda vários temas, principalmente na parte que se passa na Roma Antiga. Nessa parte, a autora confronta-nos com problemas como a desigualdade social, a escravatura e várias questões religiosas.
Contudo, o assunto central do livro e também aquele que, no meu ponto de vista, gera maior controvérsia, é a reencarnação. Ana e João não são mais do que as almas de dois apaixonados que, privados de se amarem no passado, reencarnaram para viverem esse amor de novo. No entanto, eu acho que acreditarmos que possa existir a possibilidade de renascermos como uma nova pessoa após a nossa morte contraria muito daquilo que sabemos, do que conhecemos e aceitamos como possível.
Além disso, o livro também faz pensar sobre aquilo a que chamamos “destino”, se realmente existirá alguma força que nos aproxime de algo ou alguém, se a nossa vida estará, de algum modo, programada ou se nós seremos donos das nossas escolhas.
De um modo geral, acho que a autora conseguiu escrever a história de modo a que não nos centrássemos apenas no romance, pois insere factos históricos e coisas que nos fazem refletir, mas não deixa que percamos o fio condutor da história central.

                              Susana Morais  11º ano, Turma CT4

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