quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Miúdos a votos, o livro mais fixe. Vai começar a campanha eleitoral!


Decorrido o recenseamento (inscrição das escolas), estão escolhidos os livros candidatos a nível nacional, ou seja, os que mais “assinaturas” obtiveram a nível nacional e que são agora candidatos a “livro mais fixe”.

A campanha pelo teu livro preferido (o teu candidato a livro mais fixe) decorre até 15 de março.
O dia 16 de março será o dia de reflexão e, a 17 de março, decorrem as eleições. 

Conhece melhor os candidatos!
Visita a página da Visão Júnior em http://visao.sapo.pt/visaojunior/2017-01-09-Miudos-a-Votos-estao-nomeados-os-livros-candidatos e passa pela BE para folhear alguns deles!




terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Paula e Elisabete: "O essencial é invisível aos olhos"


                                   
                       Eu fico triste como um pôr-do-sol 
Para a nossa imaginação 
Quando esfria no fundo da planície 
E se sente a noite entrada 
Como uma borboleta pela janela.

   Fica triste Alberto Caeiro por se apagarem as luzes no ocaso, pela impossibilidade de ver o mundo tal como ele é. Para si, nada é tão relevante como as sensações, os sentidos – principalmente a visão. E, apesar de termos estudado a sua filosofia, tivemos a prova viva de que, por vezes, não precisamos dos olhos para ver.

    Elisabete e Paula são ambas cegas – porque condenam a designação de invisuais - e exalunas da nossa escola. A nosso pedido, presentearam-nos com a sua visita, na qual, de forma informal, partilhamos impressões sobre a vida, a escola e o mundo. Nela, participou, também, a professora de Educação Especial Rosa Maria, que sempre as acompanhou, e a professora Ana Cristina Coutinho, que tornou possível este projeto. 

   Apercebemo-nos de que o mundo não está devidamente preparado para pessoas com incapacidades visuais. Estes deparam-se com alguns obstáculos, tais como a dificuldade de circulação provocada pela estrutura de base estreita e topo largo das plantas das cidades – situação causadora de acidentes; a falta de informação em braille nos rótulos dos produtos alimentares (designação, validade, etc.) e, ainda nos medicamentos (dosagem, contra-indicações, etc.); a dependência de terceiros para consulta de extratos bancários, levantamentos e restantes transações. Para além disso, os cegos são pouco destacados nas decisões políticas, pelo que os seus equipamentos informáticos, técnicos e livros são extremamente dispendiosos e de difícil acesso.

  Apesar de todas as adversidades, estas irmãs conseguiram ultrapassar os escolhos e tornaram-se duas mulheres sensacionais, com habilidades para escrita, para os estudos em geral e para desempenhar um papel ativo na sociedade e na educação dos sobrinhos. 

  Durante a conversa, foram inúmeras as histórias que nos deram a conhecer: a ida de Elisabete ao cinema; a primeira visita à praia, em que Paula exclamou, surpreendida: “O mar é lindo!”; a vez em que guiaram um grupo de turistas, na cidade do Porto, através da rede do metro; as peripécias das aulas de Educação Visual; a situação no Centro de Emprego, quando aconselharam as irmãs a integrar um curso de jardinagem ou construção civil; a injustiça que Paula sentia ao não poder confirmar a beleza de um certo professor de Educação Física através do toque.

   Relativamente à ida ao cinema, cujo relato particularmente gostamos, a Elisabete falou-nos do quão interessante, porém cansativa, foi a experiência, dado que existe a constante necessidade de ter quem lhe explique o que está a acontecer no filme e quem leia as legendas, tendo a professora Elsa Cerqueira assumindo esse papel, neste caso. Deste modo, o intermediário nunca consegue ser totalmente objetivo, o que faz com que imponha as suas perspectivas – questão, inclusive, abordada pela professora Rosa Maria. Segundo ela, é injusto os cegos verem através de outros olhos, sendo que isto lhes limita a ideia que eles têm do mundo exterior. 

   É certo que, no final da iniciativa, pudemos comprovar a citação d’O Principezinho: “O essencial é invisível aos olhos”, visto que aprendemos com Paula e Elisabete, que a visão é apenas uma distração - o que é verdadeiramente importante são os sonhos, a imaginação, a força de vontade e a vivacidade que as caracterizam. 

  Em suma, consideramos que esta experiência foi muito gratificante e motivadora, pelo que desejamos manter o contacto com as irmãs. Suscitou em nós uma intensa reflexão acerca das nossas próprias oportunidades e do nosso sentido de vida. "

Texto da autoria de Ana Rita Félix, Diana Monteiro Pinto, Inês Costa, Maria Beatriz Pinto, 12º CLH1


domingo, 15 de janeiro de 2017

Livro. Por Sofia Carvalho (10.º CLH1)


"Não falo de um livro em específico, não é o livro da Natureza de Galileu, não fala de terra, nem de mar nem de céu, é um livro desassossegado sem ser o de Fernando Pessoa.

        Escrevo apenas de si enquanto livro, sem sínteses sem análises, sem romances de dissabores, sem ideologia nem dogmas.

       Livro, é um refúgio para me abstrair da vida entediante em que vivo, é como um mundo em que posso diversas vezes ser a figurante ou a personagem principal.

      O desejo de ser tocado, amado, cheirado, reside num Livro, e são essas sensações que eu tento transmitir ao Livro para compensação de todas as vezes em que ele mas transmite.

      Um Livro tem vontade! E eu enquanto leitora tenho vontade de vivenciar, mesmo que seja na minha imaginação todas as aventuras que ele me oferece.

    A única filosofia deste livro é a liberdade das suas folhas. Essas folhas que são livres e caracterizam a minha vontade de ser livre."

Sofia Costa Carvalho
 10ºCLH1

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Mário Soares (1924- 2017)





A BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas manifesta publicamente o seu pesar pelo desaparecimento do Dr. Mário Soares, o mais ilustre dos Presidentes da República do após 25 de Abril, e seguramente um dos mais influentes homens de Estado europeus do século XX.

Mário Soares foi um intransigente obreiro e defensor da liberdade e da democracia e protagonizou momentos fundamentais da transição democrática em Portugal e da nossa inserção na Europa. Mas importa-nos reconhecer aqui, e antes do mais, o facto de ele ter sido sempre um homem da cultura e do conhecimento, amigo próximo de inúmeros escritores, artistas plásticos, cientistas, cineastas, atores e criadores nas mais diversas áreas artísticas, sendo ele próprio um autor de uma vasta obra escrita e membro da Sociedade Portuguesa de Autores.

Era também sócio honorário da BAD. Em Assembleia-Geral realizada a 5 de Maio de 1994, o Dr. Mário Soares foi distinguido em sinal de reconhecimento pelo seu interesse “pela cultura em geral e particularmente pelos aspectos relativos aos livros, à leitura e à informação como veículo do desenvolvimento” e pela sua participação ativa “na abertura dos últimos dois Congressos Nacionais de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas”, como reconhecia a então presidente da BAD no ofício em que lhe comunicava a proclamação.

             


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

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