quarta-feira, 18 de maio de 2016

"Navegações" de Sophia de Mello Breyner Andresen Por Joana Lopes, 10ºCT3





    O Mar é um dos temas centrais da obra de Sophia de Mello Breyner, na qual retrata o seu encanto, o seu mistério, a sua beleza, mas também o desconhecido: “Mas por mais bela que cada coisa seja/Tem um monstro em si suspenso”.
  Desta forma somos convidados a experienciar por momentos e de longe um pouco do que foi a vida à procura do desconhecido. Assim, entramos com Sophia em “Navegações”.
  Em 1977 Sophia de Mello Breyner foi convidada pelo Conselho da Revolução a participar na celebração do Dia de Camões (10 de Junho), em Macau. Assim sendo, o livro é como que um roteiro poético da sua viagem.
   Começamos a ler “Lisboa” e a ver Lisboa pelos olhos da poetisa: “E a cidade a que eu chego abre-se como se do seu nome nascesse”. É como que se a cidade surgisse num corpo (personificada), com “nome”, a “sorrir” e é como se a poetisa também se identificasse com esse corpo, ou seja, com a cidade “Lisboa”, tal como dia a mesma: “Digo o nome da cidade - Digo para ver”. Reforço ainda a importância dos sentidos, principalmente da visão: “ergue-se”, “abre-se”, “vejo-a”, “oscilando como uma barca”. Neste último verso, Sophia recorre à comparação, comparando Lisboa a uma cidade que estando à beira-mar, pela sua beleza nos hipnotiza.
   Continuando a viagem rumo ao Oriente pela mão de Sophia, chegamos às “Ilhas”. 
     Uma vez que se tratou de um pedido para assinalar o dia de Camões, temos os poemas I e II. No primeiro há uma referência a Camões, a “Os Lusíadas” e aos “Descobrimentos” (“Navegações para Oriente”). A importância da memória e a referência ao povo português.           No poema II invoca novamente Camões, “Os Lusíadas” e o povo português representado pelos marinheiros: “Aqui desceram as âncoras/Daqueles que vieram procurando/O rosto real de todas as figuras”. Ou seja, de todos os corajosos que vieram à procura do desconhecido e se aventuraram nas suas navegações.
     Nos poemas II, IV, V e VI, continuamos a nossa viagem, atravessando com a poetisa o mistério e a beleza do Oriente: “Atravessamos do Oriente a grande porta/ De safiras azuis no mar luzente”. No poema V continuamos a assistir a uma descrição do sonho que foi concretizado tanto por nós, povo português, como pela escritora no momento em que escreve: “E aquilo que nem sequer ousáramos pensar/ Era o verdadeiro”. O poema VI reforça a coragem e a persistência dos portugueses, que mesmo perante as adversidades, continuaram a sua descoberta, até “Depois surgiram as costas luminosas”. No poema VII há uma referência a D. Sebastião cuja morte foi de difícil aceitação, “Difícil é saber de frente a tua morte”.
     Continuando, entramos na última parte do livro e da sua viagem, a “Deriva”. 
    Inicialmente nos poemas I e III invoca novamente Camões e “Os Lusíadas”, mais precisamente o episódio “A Tempestade”: “As velas todas brandamente inchadas” e refere os comuns “azuis temporais”. No poema II fala da “rota do oiro” e de toda a riqueza que esta trazia e gerava.       Porém, no poema IV invoca Bartolomeu Dias, que considera ter sido o maior navegador português de sempre. Diz ainda que também ele dobrou o Cabo Bojador, mas não encontrou a Índia. No poema V, reconhece a existência de uma barreira linguística que separava os negros dos brancos e como a dança os unia e servia de “ponte” entre as duas culturas. Já no poema VII, com uma imensa beleza pura, descreve os “homens ainda cor de barro” a luzir na “primitiva manhã da criação” e que atónitos, ao ver os portugueses, achavam que eles eram os seus deuses antepassados. No poema VIII dá-nos a conhecer tudo o viu, ouviu, sentiu e viveu, mas admite que com tudo o que experienciou, não foi capaz de cumprir as regras. Mais tarde, no poema XIII, é visível uma procura de identidade, da felicidade, da satisfação. Aí, invoca Fernando Pessoa para quem “O Mito é nada que é tudo”. Finalmente, no poema XV, conta-nos um pouco do seu regresso novamente a Lisboa: “Navegação Inversa”.
    Aconselho vivamente a leitura do livro “Navegações”, pois faz-nos viajar no tempo, no espaço, relembrar as memórias e viver o passado no presente. 
Joana Lopes, 10ºCT3, nº15

“As Viagens de Gulliver” de Jonathan Swift. Por Maria Duarte,10º CT3



O autor, nascido a trinta de novembro de mil seiscentos e sessenta e sete em Dublin, publicou a obra “As Viagens de Gulliver” em mil setecentos e vinte seis, obtendo um êxito instantâneo.
O protagonista da obra é Lemuel Gulliver, um cirurgião inglês que viaja por diversas terras em busca de aventuras. Em todas essas viagens ocorreram incidentes que o encaminham a localidades muito peculiares.
É nessas terras que Gulliver entra em contacto com povos totalmente diferentes, acabando por experienciar novas culturas.
Na minha opinião, esta obra é de leitura obrigatória visto que, passados mais de duzentos anos, continua a ser muito atual e adequa-se a qualquer geração.
Esse é um dos seus pontos positivos, pois, embora seja uma sátira, a forma como está escrita permite que seja de leitura universal.
A maneira como a obra está estruturada permite situá-la entre um diário de bordo dado que relata as aventuras vividas por Gulliver ao longo de várias viagens, mas ao mesmo tempo um registo de caráter autobiográfico revelando marcas pessoais, como se verifica na seguinte passagem:
“Meu pai, modesto proprietário na província de Nottingham teve cinco filhos, e a mim (...) mandou-me aos catorze anos para o colégio Emanuel, de Cambridge (...)”.
O facto de Swift recorrer variadas vezes à descrição minuciosa permite ao leitor ávido “multiplicar os mundos possíveis” que qualquer devorador de livros deseja aquando da leitura dos mesmos.
No início da viagem, o narrador diz:
“Iniciei esta viagem desesperada a 15 de fevereiro de 1715, às 9 da manhã. O vento estava favorável (...) avancei à média de uma légua e meia por hora, segundo os meus cálculos aproximados”- fazendo-nos pensar que se trataria de uma simples história sobre um cirurgião naval ousado e os seus relatos de viajante, mas, na verdade, a obra é muito mais do que isso, é uma sátira à natureza humana.
Através da fantasia e despertando o prazer da ficção, Swift escreve um livro político para criticar fortemente os vícios e costumes da sociedade vigente em Inglaterra nos finais do século XVIII.
Naturalmente, o facto de esta obra mascarar uma crítica tão profunda de uma forma tão subtil faz com que se torne ainda mais interessante e sedutora.
Neste aspeto, Jonathan assemelha-se a Gil Vicente, que recorreu ao texto dramático para criticar os costumes da sociedade portuguesa como é percetível em obras como “Farsa de Inês Pereira” ou “Auto da Barca do Inferno” exploradas nas aulas de português.
Além disso, a obra de Swift relaciona-se tematicamente com “Os Lusíadas” e a “História Trágico-Marítima”onde os aspetos do valor simbólico das viagens e o encontro de civilizações são também exploradas.
Fazendo um balanço final, considero esta obra genial pelo facto de ocultar uma sátira tão acutilante.
“As Viagens de Gulliver” permite despertar o espírito que é tão importante enquanto fator de mudança social por isso penso que a sua leitura é de extrema importância, especialmente na minha faixa etária, uma vez que somos os jovens de hoje, os adultos de amanhã.



Maria Duarte, nº22, 10º CT3.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Manifesto anticonformismo. Por Sandra Pinheiro, 12.º CT2



"Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Manifesto anticonformismo e por extenso (inspirado no manifesto anti Dantas de Almada Negreiros)

BASTA! PUM! BASTA!

Basta de hipocrisia, basta de homens que só dormem e repousam! Abaixo a pseudo santíssima ignorância da juventude!

ABAIXO O CONFORMISMO! MORRA O CONSOLADO E O PANÇUDO, MORRA O OCIOSO! PIM!

Um país com belas-adormecidas no comando é um conto de mediocridade para crianças!!!

UMA GERAÇÃO com homens que se deixam roubar e matar por outros é uma geração que nunca o foi! 

Não se conformem com o corrupto!

Não anestesiem os jovens estudantes com educação retrógrada!

ABAIXO O PAÍS A GRANEL! Pesado com a crença, de que os homens se deixam levar pelo poder! PELO DINHEIRO! PELO DINHEIRO! PELO DINHEIRO!


BASTA! PIM! BASTA!

O povo critica tudo, o povo sabe de tudo, o povo vota, o povo lambe a bota, o povo desenterra a bota! Mas se ordenam o povo calçar a bota – ELE NÃO A PODE CALÇAR! Basta de ordens hediondas que nos tomam a dignificação! Os tugas são amadores de profissão! PIM!

Se querem criados e conformados, comprem máquinas e aspiradores!

ABAIXO O COMODISMO DE TODOS OS DIAS, DE TODAS AS MULHERES E DE TODOS OS HOMENS! ABAIXO O COMODISMO DA GERAÇÃO!

Os heróis que o poeta canta estão cansados de fazer nada, Pim! Compram-se outros com a descida do Iva da água!

Os corruptos são banqueiros, sapateiros, cabeleireiros, empreendedores de obras magnas, mas são todos malabaristas e palhaços!

Que ratos, porcos malcriados e barões cansados de extrema e eficaz incompetência que não sabem viver além da dormência! Basta!

Suma-se com o ócio, com os cordeiros iletrados que não vão por onde querem, mas por onde os mandam! Chega de políticos de ocasião que só sabem dar sermão, BASTA DE EMIGRAÇÃO!

O povo manifesta mas não vota! O povo critica e mal diz mas não se descobre, do húmus em que está enterrado, da gordura em que está banhado!

AHH! O Salgado é tão economista como o Arroja é feminista!

O Aníbal precisa de descanso como eu preciso da reforma! PIM!

O Portas só come vichyssoise em grandes submarinos! PUM!
Manifesto anti Veiga, manifesto anti manifesto!

Abaixo a dormência do povo! Basta! Pum! Basta desta trambolhada de lusos! Os tugas só sabem da poda! Os lusos não andam na moda! Os lusos compram Prada e não lavam os pés!

Basta! Se Portugal está minado com ladrões e parasitas a culpa é de quem dorme a sesta! Pim! Abaixo os impostos aos ferraris e a viaturas de alta gama! Os milionários choram antes de ir para a cama! BASTA DO PAÍS LETÁRGICO! ABAIXO O PAÍS ESTAGNADO! Pim!

Morte à serenidade da companhia! Morte aos que matam!

Morte aos toureiros, palhaços distintos com faca afiada! Basta, pum, basta desta palhaçada engraçada com praça decorada! BASTA DE GRANDES NOMES EM PLACAS DOURADAS! BASTA DE DORMIR, PIM!

Morra o que dorme, Morra! Morra o hipócrita, morra!

Morra Portugal atrasado e corrupto, morra!

BASTA! PIM! BASTA!"

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A Festa do Livro continua...



Amanhã, pelas 10h35, o autor Norberto Lopes Pinto apresentará na ESA o seu livro "África nos sentidos".  Os vinte e sete meses de voluntariado serão, certamente, um belo pretexto para partilhar as suas vivências e os seus conhecimentos com os alunos dos 11.ºs anos das turmas CT1, CT3, CLH1, CLH2 e AV. 

"Oh Virgens!" Poema de Ricardo Cunha (11.º CLH1)


"Oh Virgens!

Oh Virgens,
Virgens da música,
Virgens da saudade,
Virgens do amor,
Virgens do conhecimento,
Virgens do sexo,
Virgens do sol,
Virgens do céu,
Virgens da lua,
Vinde, oh virgens dos confins do mundo,
Vinde,
Oh, não vindes oh virgens,
Chamo por vós,
Mas vós não vindes, oh virgens..."
                                                                                               Ricardo Cunha,  08/04/2016


Na BE o verbo censurar foi substituído pelo verbo CRIAR


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