sábado, 30 de janeiro de 2016

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

"Flores" de Afonso Cruz comentado por Inês Moura (11.º CT4)



"Afonso Cruz nasceu em 1971, na Figueira da Foz. É escritor, realizador de filmes de animação, ilustrador e guitarrista da banda The Soaked Lamb, para a qual também compõe. 
Estudou na Escola Secundária Artística António Arroio, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e, mais tarde, no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Vive em Sousel, no Alentejo.
Publicou o seu primeiro livro em 2008, sendo o mais conhecido “Jesus Cristo Bebia Cerveja” , de 2012, com o qual ganhou, entre outros, o prémio Time Out-Melhor Livro do Ano.
“Flores” é o livro mais recente do autor, publicado em setembro de 2015. Foi escrito num iPad entre aeroportos, hotéis e cidades distintas. 
Retrata a história de Ulme e a sua tentativa de, juntamente com o seu vizinho, o narrador, recuperar a sua memória. Ulme sofreu de um aneurisma, tento perdido todas as suas memórias do campo afetivo. Recorda-se do código do seu cartão multibanco, de todas as espécies que estudou enquanto botânico, mas não se lembra do seu primeiro beijo ou de ver uma mulher nua.
A personagem de Ulme foi inspirada num guitarrista que, ao sofrer de um aneurisma, viu-se obrigado a reaprender a tocar com as suas antigas gravações, tornando-se ainda melhor músico do que o que era.
Cada descoberta da vida passada de Ulme vai iluminar um acontecimento do presente do narrador que reconstrói o passado a Ulme, enquanto este, inconscientemente, lhe constrói o presente. Juntos vão partir à descoberta da aldeia alentejana de onde Ulme é natural e recolher testemunhos sobre o seu passado.
Este livro mostra-nos a importância que os outros têm nas nossas vidas e como a sua presença nos define.
É um grito de guerra: apela para a nossa resistência e para a nossa insistência em viver otimistamente, embora saibamos o nosso fim: a morte. Ulme está às suas portas, porém não se deixa cobrir pelo “manto de desumanização” e conformidade que nos aquece. Este manto dá-nos uma certa anestesia para com o que se passa à nossa volta: deixamos de nos importar com as tragédias diárias; estas vão-se acumulando de tal maneira que nos passam ao lado e passamos a importar-nos mais com as pequenas coisas, que nos são mais íntimas: todas as notícias transtornavam Ulme, enquanto que ao narrador, apenas lhe importava se o chapéu não tinha sido deixado em cima da cama. 
Isto é-nos universal: incomoda-nos mais quando alguém nos pisa na rua, ou quando são mal-educados, do que quando ligamos a televisão e vemos que morreram 100 pessoas na China num deslizamento de terras. Criamos uma relação de hierarquização da tragédia com a proximidade dela: “O que os olhos não veem, o coração não sente”.
Tendencialmente, culpamos a rotina por isto, porém a rotina tem uma grande importância na nossa criação e na criação das relações que estabelecemos com os outros. Cria a nossa identidade: é aquilo que fazemos todos os dias, o que é repetido vezes sem conta que dita quem somos. É o molde do nosso caráter e dá coesão às nossas relações. Tudo o resto serve apenas para limar as nossas arestas; o extraordinário não nos define. Isto não significa que temos de nos deixar cair na monotonia, apenas viver as rotinas da melhor maneira, de forma a aproveitá-las.
A personagem de Ulme consciencializa-nos disto mesmo, com as suas expressões típicas (“Altitude”, “Não desistiremos”, “Entremos mais dentro da espessura”) que são precisamente um apelo a um compromisso que vai para além da superfície, um apelo à ação e à vida.
A parcela que não podemos esquecer nesta equação é o outro. Todos contribuímos para a construção da identidade de alguém, pois vemos o outro de ângulos diferentes. Nenhum destes pontos de vista é absoluto, mas a sua soma talvez esteja mais próxima de uma suposta realidade. 
Altitude, amigos! E não se desprezem uns aos outros."

Inês Moura
11º CT4


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"Sôbolos Rios que Vão", de António Lobo Antunes apreciado por Inês Cerqueira (12.º CT3)


Apresentamos-te, hoje, "Sôbolos Rios que Vão", de António Lobo Antunes


Sinopse

Entre os últimos dias de março e os primeiros de abril de 2007, depois de uma operação grave, o narrador, entre as dores e a confusão provocada pela anestesia e pelos medicamentos, recupera fragmentos da sua vida e das pessoas que a atravessaram: os pais e os avós, a vila da sua infância, a natureza da serra os amores e desamores. Como um rio que corre, vamos vivendo com ele as humilhações da doença, a proximidade da morte, e o chamamento da vida.
Leya [Em linha]. [Consult. 15 fev. 2016]



Acerca desta obra, aqui fica a opinião de Inês Cerqueira, do 12º CT3:

"Em Sôbolos Rios Que Vão, Lobo Antunes fala-nos de um ouriço, um ouriço que é um cancro nos intestinos do pequeno Antoninho.
Este livro é, no meu ponto de vista, a demonstração do caráter genial do escritor e demonstra que a sua capacidade criativa vai mais além, além da guerra. A obra é considerada como a pior do autor, por ser muito autobiográfica, dado que Lobo Antunes sofreu, há uns anos, de um cancro. Ao escrever em fragmentos, misturando a realidade vivida pelo doente com as suas memórias, é permitido ao leitor que se aproxime bastante da realidade daquela situação, do ponto de vista daqueles que, devido a uma doença, se encontram hospitalizados, e não sabem mais que pensar e sonhar, pensar nos tempos em que eram livres, reviver memórias de tempos alegres que esperam que renasçam.
Esta obra foi uma das que mais gostei, por ser algo diferente, por apresentar uma estrutura muito distinta daquela a que, amantes ou não de livros, estão todos habituados. A sua composição fragmentada maravilha-me, uma vez que as frases surgem soltas e aleatoriamente, como memórias do doente, espasmos que findam quando a dor regressa.
Na minha opinião, é necessário que se faça uma leitura atenta e com o coração disponível para receber esta (para mim) comovente obra e toda a mestria de António Lobo Antunes.
“De repente, percebi que sou mortal”, proferiu Lobo Antunes. Ao ler este livro fiz das palavras do escritor minhas e consegui, embora dificilmente e muito superficialmente, colocar-me na pele daqueles que possuem ouriços e lentamente fui entristecendo, pensando como o mundo é cruel para alguns, mas também sentindo-me agradecida por ainda não terem nascido ouriços em mim nem nos meus “castanheiros” parentes. Penso que é através da leitura de livros como estes que damos valor à saúde e compreendemos melhor como é a vida de um hospitalizado e a sensação de se estar em risco de vida.
Interpretei esta obra também de outra forma, talvez tenha ido longe demais, mais abstrata e simbólica. A simbologia do ouriço como dor pode ser mais abrangente, pois nem todos os ouriços são cancro e todos nós possuímos ouriços na nossa mente. É como se a nossa alma se equiparasse a um castanheiro do qual, ao longo da nossa vida, vão nascendo ouriços e os quais vamos tentando esquecer com estes fragmentos de frase, até que a morte se apodere de nós e leve o castanheiro e os ouriços com ela.
Sôbolos Rios que Vão porque a vida é como um rio que corre sem parar e que aos poucos vai desaguando no horizonte infinito, perdendo-se e, por vezes, naufragando. Porque, no fim de contas, somos todos iguais, todos mortais."

Este é um dos livros verdadeiramente especial que espera por ti, na tua Biblioteca! 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A Literatura e a Música podem andar juntas?




 A Literatura e a Música podem andar juntas? Ou melhor, a literatura como arte canonica pode estar presente nas bandas que  escutamos?
Para o colunista Dorian Linksey, do jornal britânico Guardian, a resposta é afirmativa.
Dorian fez um texto inspirador sobre a influência do poeta T.S. Eliot em várias bandas de rock e pop de sucesso.
T.S. Eliot, um escritor americano que se tornou cidadão britânico mais tarde, surge para nós, como um poeta erudito e pouco traduzido. O seu poema “A Terra sem vida” é repleto de versos fortes que remetem para o período desolador do pós-guerra, frases inspiradoras para movimentos de contracultura, com a força que o rock and roll precisaria décadas depois.




Aliás, são justamente obras e escritores com forte ideologia e carregados de sentimentos, os mais inspiradores para boa parte dos compositores. Por exemplo, o livro "1984" de George Orwell inspirou David Bowie,  em 1973  a compor a música “Big Brother”. 




Adaptação de https://joaquimlivraria.wordpress.com/2012/05/28/a-literatura-musical/

O prazer de Ler




quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A BE acolhe as ações do Clube Europeu da ESA





A Lello fez 110 anos!

  Uma das livrarias mais belas do mundo



"Que ninguém diga que o 13 é um número de azar. A 13 de janeiro de 1906 inaugurava-se a Livraria Lello. Viagem ao passado, presente e futuro de um "templo às artes" com uma escadaria hipnotizante.
José e António Lello eram dois irmãos cultos, bem-sucedidos e habituados a erguer bons negócios. Mas era impossível prever que a Livraria Lello & Irmão, que os dois inauguraram a 13 de janeiro de 1906, seria hoje uma das principais atrações dos milhões de turistas que todos os anos visitam o Porto. Para começar, se alguém lhes tivesse dito que só em 2014 passariam pela cidade mais de dois milhões de turistas — muitos deles chegados numa novidade tecnológica chamada avião — José e António Lello teriam levantado os olhos com desconfiança, pensando tratar-se de alguma invasão hostil.
Provavelmente, também ficariam espantados ao saberem que existe um meio de comunicação chamado Internet que permite a gente de todos os pontos do planeta a possibilidade de verem fotografias da livraria que eles construíram. E de se maravilharem com ela. E de, quando decidem viajar até Portugal, fazerem o desvio até ao número 144 da Rua das Carmelitas para poderem percorrer a sala cheia de livros e de bustos (da autoria do escultor Romão Júnior) com alguns dos mais importantes escritores portugueses, como Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, Guerra Junqueiro ou Tomás Ribeiro. Hoje, quem entra também pode ver os bustos de António Lello, à direita, e de José Lello, à esquerda, adicionados em 1981(...)."

Crê-se que a Lello terá servido de inspiração a J. K Rolling para a saga "Harry Potter".

O CONTO DO ESQUILO, mais um livro na BE



Apesar do título, " O conto do Esquilo" é uma obra dirigida a docentes de Ciências Naturais que lecionam 8º e 9º anos, com informação e propostas de atividades relacionadas com biodiversidade, espécies invasoras, conetividade ecológica e espécies ameaçadas.

"O esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris) descrito neste livro serve como exemplo de uma espécie que se relaciona com todos estes temas. Esta espécie emblemática foi selecionada devido ao seu padrão de distribuição abrangente pela Europa e porque o esquilo-cinzento (Sciurus carolinensis) tornou-se uma espécie invasora em alguns países. Embora o esquilo-vermelho possa não existir no paísdo leitor, existem muitas espécies de plantas e animais invasoras na Europa e este livro é suficientemente abrangente para se poder adaptar a outras espécies. Porém, realce-se que este livro não é um estudo aprofundado sobre o esquilo-vermelho ou sobre os temas acima descritos mas um livro para professores e educadores que pretendem abordar a temática da conservação e os conceitos associados, nas suas aulas ou atividades pedagógicas.

O livro encontra-se dividido em várias partes e possui uma atividade prévia de contextualização, que poderá ser seguida por uma visita de estudo a um parque zoológico ou oceanográfico. Após a atividade prévia, está prevista uma atividade posterior, independentemente da realização, ou não, da visita de estudo."

In EUZoos-XXI


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

DAVID BOWIE (1947-2016)



 "A essência da contribuição de Bowie para a música  deve-se  à sua notável capacidade de analisar e selecionar as ideias que estão de fora do mainstream — da arte, literatura, teatro e cinema — e trazê-las para dentro, de modo que a pop é constantemente alterada."
 Buckley



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Competição SuperTmatik



A Professora Margarida Moreira está a preparar alguns alunos do ensino básico para competirem no SuperTmatik 2016!
Bom trabalho e boa sorte!

Desafio BE


A Biblioteca Escolar (BE) lança-te um desafio, o da ESCRITA.
Entrega na BE ou ao teu Professor de Português os teus textos, os teus versos, os teus pensamentos, as tuas frases... Damos valor ao que pensas e escreves! A BE concorda com Saramago: "Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não."

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Patrícia Azevedo inaugura exposição na Gatilho


Patrícia Azevedo com algumas das suas obras na Casamarela (Dez, 2015)
Patrícia Azevedo, ex-aluna do Curso de Artes Visuais da ESA, a frequentar o Curso de Arte e Design no Instituto Politécnico de Bragança, inaugurará no dia 9 de janeiro, pelas 15h30, na Gatilho, a exposição intitulada "Poesia Visual". 
Eis dois dos seus trabalhos: 

Poema: "Tornados"

Poema: "Condenação Metafórica"

A ESA orgulha-se do sucesso - neste caso, talento -, dos seus  (ex) alunos. A Biblioteca Escolar também.
Parabéns Patrícia!

Os "Sésamos" chamam por Ti



Se queres mais informações sobre este grupo, clica em Sésamos

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

ETCetera Teatro: "O Principezinho" de Saint-Exupéry





O Teatro veio à ESA. A companhia ETCetera Teatro representou "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry. Os alunos dos 7º e 8º anos puderam desfrutar da lição intemporal que a peça possui. 
Eis um excerto:

"(...)  Quem és tu? - Perguntou o principezinho - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou tão triste...
- Não posso brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou...
- Ah! Então, desculpa! - Disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- «Cativar» quer dizer o quê?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que andas tu à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - «Cativar» quer dizer o quê?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas. Aliás, na minha opinião, é o único interesse deles. Anda à procura de galinhas?·- Não - disse o principezinho. - Ando à procura de amigos. «Cativar» quer dizer o quê?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer «criar laços»..."

Belíssima atividade da responsabilidade do Grupo de Português.

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