domingo, 26 de janeiro de 2014

Sabes quem foi Amadeo de Souza-Cardoso?



Amadeo de Souza Cardoso, natural de Manhufe (Amarante), pertenceu à primeira geração de pintores modernistas portugueses, destacando-se de todos os outros pela qualidade inigualável da sua obra e ligações internacionais.
Partiu para Paris em 1906, quando tinha 19 anos, para terminar os estudos de arquitectura, iniciados em Lisboa. O meio artístico na capital francesa não passava despercebido e acabou por levar Amadeo ao desenho e caricatura, em direcção à pintura. Um ano depois, o escritor Manuel Laranjeira já afirmava que o seu amigo era “um artista no significado absoluto do termo”.

“Amadeo de Souza Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX.” – José de Almada Negreiros (Lisboa, 1916)
                                     The Hawks, 1912, Amadeo de Souza Cardoso
O final de 1908 e o início do ano seguinte trouxeram importantes alterações à vida de Amadeo. Conheceu Lucia Pecetto, com quem casou mais tarde, em 1914, e começou a frequentar as classes da Academia Viti, do pintor espanhol Anglada-Camarasa. 
Posteriormente, dedicou-se exclusivamente à Pintura, realizando várias caricaturas e algumas pinturas marcadas por aspectos naturalistas e impressionistas.

Em 1910, num contexto de investigação formal, ficava entusiasmado com as pinturas dos “primitivos” flamengos (numa estadia de 3 meses em Bruxelas).

Entretanto, o seu círculo de amizades e conhecimentos estende-se e internacionaliza-se; conhece Umberto Boccioni, Gino Severini, e Walter Pach.
O interesse de Amadeo pelo desenho consolida-se neste período com a preparação do manuscrito ilustrado da “Légende de Saint Julien L’Hopitalier de Flaubert” e pela publicação do álbum XX Dessins.

La Légende de Saint Julien l’Hospitalier, Amadeo de Souza Cardoso
Após uma breve passagem por Barcelona em que visitou o seu amigo, escultor, António Sola, e conhecera Gaudí, Amadeo regressou à sua terra-natal onde foi surpreendido pelo deflagrar da Guerra que o impediu de regressar a Paris. Cidade onde tinha explorado, na sua obra, os domínios da abstracção e expressionismo, foi substituída após o exílio em Portugal que acabou por constituir-se como um momento de plena maturação da sua pintura.

No final de 1916 Amadeo promoveu, nas duas principais cidades portuguesas (Porto e Lisboa), uma mostra em que reuniu, sob o título de “Abstraccionismo”, 114 pinturas. O desfasamento da cultura estética nacional impediu uma recepção favorável das propostas pictóricas do pintor, ganhando a exposição uma aura de escândalo (coroada no limite pela agressão física ao pintor). Almada Negreiros e Fernando Pessoa foram marcantes para a defesa pública de Amadeo; ambos o reconheceram como o pintor mais significativo do seu tempo.

Brook House, Amadeo de Souza Cardoso

Os galgos, Amadeo de Souza Cardoso
Vítima da epidemia de pneumónica que deflagrou em 1918, Amadeo morreu nesse ano, em Espinho, com apenas 30 anos.
O pintor deixou uma série de obras que demonstram o avanço e maturidade suficiente para merecer destaque de entre tantos outros pintores, ainda hoje.
“Ele foi o maior, ou o único pintor ‘moderno’ nos anos 10 em Portugal.” – José Augusto França.

In http://www.artswr.com/pintura/a-vida-de-amadeo-de-souza-cardoso/


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