quarta-feira, 31 de outubro de 2018

“A Missão”, de Roland Joffé. Por Cláudio Machado, 11.º CT4


Considero “A Missão”, drama direcionado por Roland Joffé na década de 80, uma ótima representação da realidade observada no século XVIII. O filme retrata a época de colonização dos povos europeus nas terras [maioritariamente] americanas, mais propriamente no ano de 1750.


A longa-metragem inicia-se com o relato da morte de um sacerdote, sendo esta causada pelos indígenas; diz-se que o fim da sua vida levou à entrada de Deus nas suas tribos, esta por parte de 3 jesuítas (entre os quais um se destacou na salvação dos índios). No decorrer da história observam-se diversas reviravoltas, tais como um pecador que se converte em Cristão e um aniquilador que se dedica à salvação. O objetivo principal dos jesuítas centrava-se inicialmente na conversão dos indígenas e na proliferação da palavra de Deus; esta perspetiva, no entanto, não era apoiada pelos monarcas, cuja razão lhes cegava o coração e abria os olhos à escravização de tais seres humanos, que por eles eram considerados meros animais. Ao longo do filme observa-se este confronto incessante entre o amor e a razão, por causa de meros interesses políticos e económicos (a expansão do território e o aumento da riqueza) com uma moral incrível: ainda que os nossos erros não possam ser eliminados, podem ser ofuscados pela luz das nossas virtudes e correções; todos os caminhos que escolhermos levam a um determinado acontecimento (ora bom, ora mau), logo optemos por escolher o melhor.
Como já mencionei anteriormente, “A Missão” é a descrição da desigualdade e da renegação dos direitos humanos, uma questão muito debatida nos dias de hoje. Considero que nesse aspeto (ao nível da escravidão) o ser humano melhorou significativamente e por isso discordo totalmente com a atuação da monarquia (e a própria igreja) contra a propagação do amor. Robert de Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson representaram esplendidamente os seus papéis e penso que conseguiram espalhar a sua mensagem plenamente na pele dos três jesuítas.


Para concluir, devo dizer que recomendo a visualização deste filme pelo que nos abre os olhos e os corações às singelas populações que sofrem com a desigualdade; a adicionar, observamos que não está tudo perdido e que no meio de espingardas, espadas, canhões e flechas, ou seja, no meio das trevas, da escuridão, há alguém que faz a diferença [e um feixe de luz é capaz de iluminar uma sala inteira!]. Termino, então, com uma frase do filme que teve um belo significado, para mim: “A luz brilha na escuridão, e a escuridão não vencerá”.
Cláudio Machado, 11.º CT4

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