O carteiro de Pablo Neruda: da narrativa literária de António Skármeta à narrativa cinematográfica de Michael Radford
Clube de Cinema |
No âmbito das comemorações da Semana da Leitura, o Clube de Cinema exibiu o filme O Carteiro de Pablo Neruda de Michael Radford para os alunos das turmas dos 10.º CT1, AV, CLH1, CLH2.
Sanado o imprevisto (in)sonoro, e após a visualização do filme, a dinamizadora do clube de cinema, Elsa Cerqueira, teceu considerações sobre as semelhanças e diferenças entre a narrativa literária e a narrativa cinematográfica, tendo referido o contexto sociopolítico do Chile e de Itália.
Os alunos foram desafiados a caracterizarem Mario Ruppuolo (Massimo Troisi) e Pablo Neruda (Philippe Noiret) do ponto de vista físico e psicológico, a avaliarem o tipo de relação que as duas personagens inicialmente mantém e o modo natural como a Amizade surge e se constrói. Aliás, tal como as «metáforas».
«Quando se explica a poesia torna-se banal. Melhor do que a explicação é a experiência de sentimentos que a poesia pode revelar»?, «Será que o mundo inteiro é uma metáfora de alguma coisa?» - eis duas das frases interrogativas mais importantes do filme.
Pablo Neruda apresenta as metáforas a Mario, estimula-o a ler, a querer ser poeta, a desenvolver a consciência crítica e a lutar por ideais sociais e políticos, mas também a conquistar a bela Beatriz Russo.
A poesia é livre...pode servir a causa dos oprimidos, a causa do amor e a causa da cebola. Eis o momento em que a Flávia Vasconcelos do 11.º CT3, leu o poema de Pablo Neruda «Ode à cebola», servindo de reflexão para a desbanalização dos seres e objetos do quotidiano e a espontaneidade do ato criativo. O artista transforma o vulgar em algo precioso.
E no fim do filme quase se ouve o poema que Mario dedica a Pablo Neruda, imediatamente antes de ser morto numa manifestação...quase se ouviu no filme. Mas no grande auditório da ESA coube ao aluno Pedro Silva do 11º.º CT3 a leitura desse magnífico poema.
No final da análise/debate a professora Elsa desafiou os alunos a criarem a mais bela metáfora...em prosa ou em poesia. Os melhores trabalhos serão publicados aqui, nesta casa dos livros e dos leitores, para que todos os possam ler. Por que se lê? Porque sim. Porque o que é belo não carece de justificação.
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A BE e o Clube de Cinema agradecem a disponibilidade e a presença dos professores Olga Amor, Bernardete, Álvaro Teixeira, Pedro Flores, Lúcia Tomáz, Ana Paula Neto e respetivos alunos.
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