Eis o parágrafo, escrito pela Flávia Vasconcelos, que serve de pretexto para a sua reflexão filosófica. Leiam porque é excelente.
«Há que largar, há que deixar para trás esses labirintos confusos onde te meteste, há que queimar esse contrato que te torna dependente de algo. Há que sonhar no dia em que pegas nas tuas coisas e as colocas às costas, como a tartaruga que leva às costas a sua casa, e ser livre. Podes caminhar, parecer que nunca mais chegas ao fim, mas lentamente repararás que nem sequer vês o início, mas só a linha do horizonte onde pensas que está lá a tua meta. E tudo será uma ilusão, tudo será um fio, em que puxas e puxas e parece que não acaba. E de repente, serás um marinheiro a gritar: 'Terra à vista, terra à vista'. Aí está a tua meta, encontrar a tua ilha perdida, deixar que essas chamas pequeninas do teu olhar se reanimem e encontrem o seu ar, o seu oxigénio para viver, e não sobreviver. E voltarás a ser criança, a brincar com os legos para construíres algo grande, algo maravilhoso. O teu futuro.»
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