quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

«José e Pilar» por Abel Aires, 12.º CLH



«Após visualizar o documentário “José e Pilar” sobre a vida do prémio nobel português aquilo que mais me marcou foi a forma aparentemente simples mas rica e complexa com que o autor se apresente ao público. Desde a maneira como se inspira passando pelo processo de escrita do livro “ A viagem do elefante” e pelas várias opiniões pessoais que vai dando ao longo do documentário podemos ver sempre presentes a sinceridade, o pragmatismo e a experiência do escritor português.
 Outro dos aspetos mais marcantes foi a sua relação com Portugal. Passei a compreender que não é José Saramago que pretende afastar-se do país através dos temas polémicos e opiniões controversas que expõe, mas é o próprio país que o afasta quando não reconhece o valor de um autodidata que iniciou a produção literária numa fase tardia da sua vida e foi galardoado com o prémio nobel da literatura. Essas opiniões e temas são a forma de José Saramago transmitir o seu desassossego e desassossegar quem lê, sem que exista no entanto uma atitude de distanciamento do seu país. São aliás vários os momentos durante o filme onde podemos constatar o seu carinho pelo país e sobretudo pela sua terra natal, a Azinhaga. 
Outro aspeto relevante para mim, e que pode também ser observado no documentário, é o papel importante de Pilar na vida de Saramago. Saramago chega mesmo a comparar o nome da sua mulher ao significado real do nome “pilar”. Pilar é de facto uma das principais bases da vida do escritor e são vários os momentos em que constatamos isso no filme. É ela que organiza as suas viagens e a sua rotina, responde aos fãs e ajuda-o a inspirar-se zelando sempre pelo seu bem-estar. 
Concluindo, ver este documentário permitiu-me conhecer mais acerca da vida pessoal de Saramago e interessar-me mais pela obra do prémio Nobel português.»

1 comentário:

  1. E eu fiquei deveras contente por te ler, agora num outro registo, meu querido Abel Aires! Continua!
    Beijinhos com saudades!

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