domingo, 15 de dezembro de 2013

CASAMARELA: A CASA DAS CUMPLICIDADES



Na Casamarela o espaço e o tempo são mediados, metamorfoseados, pelas artes. O tempo não é cronológico e o espaço não é exterioridade física. O «fora» de nós cede lugar ao «dentro» de nós.
As artes são naturalmente cúmplices e isso sente-se. Primeiro, pela confluência de objetos artísticos de natureza distinta (pintura, escultura, cinema, fotografia, restauro de arte sacra...); depois, pela relação inter pares dos seus criadores. Relação de proximidade desveladora dos olhares, das sensibilidades e dos entendimentos dos artistas.
 
 


As diversas linguagens e manifestações artísticas convidam o espetador a encetar a dialética da interrogação. A obra interroga. O espetador interroga. Quem pergunta primeiro? Quem responde por último?
Mas sob esta aparente relação diádica, emerge uma afinidade triádica: artista – obra – espetador. Aconchegado e enfeitiçado por ela, o contemplador vai descobrindo um traço, uma cor, uma textura, um som, e despertando as emoções. Relação intimista e cúmplice que  concede  o  pulsar  vital  à(s) obra(s) e o resgata da sua inanidade existencial.
 

 
Na Casamarela sente-se uma cumplicidade criadora repleta de cumplicidades. Está no tempo e fora do tempo, no espaço e fora do espaço. Fora de nós e em nós.

                                                               Elsa Cerqueira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Arquivo do blogue