Mais uma vez damos voz aos alunos, razão da existência deste blog.
A Marlene é uma aluna comprometida com a leitura e nossa assídua colaboradora. Deixamos aqui a sua última crítica literária.
Li livro há algum tempo, no entanto, foi um dos
melhores livros que li até hoje.
Trata-se de um livro apelativo ao olhar, tem uma capa muito chamativa
que porém, dá-nos uma ideia completamente errada acerca da história.
A história é baseada em acontecimentos verídicos e centra-se na
personagem de Mary.
Em finais do Século XVIII, Mary deixa a casa dos pais e parte
em busca de uma vida diferente. Por inocência e desconhecimento confia nas
pessoas erradas e vê-se envolvida num roubo. Acusada e condenada à forca, Mary
inicia a aventura de uma vida.
Apesar de uma aparência franzina, Mary demonstra uma enorme
força interior e um instinto de sobrevivência esmagador.
Os relatos do dia-a-dia nas prisões são impressionantes e as
péssimas condições de vida dos condenados são descritas de uma forma crua.
Este livro aborda também a história dos pioneiros a
desembarcar na Austrália e das primeiras pessoas a contribuir para a existência
da Austrália actual. De facto, Mary é, juntamente com tantos outros condenados,
poupada à forca e deportada. Inicia-se uma viagem sem quaisquer condições
sanitárias, numa época em que os direitos humanos não tinham significado e os
prisioneiros eram considerados lixo.
A viagem no navio é uma privação de tudo o que consideramos
hoje essencial. O instinto de sobrevivência de Mary começa a apurar-se e,
apesar do seu comportamento exemplar, não hesita em fazer de tudo para obter
privilégios tão simples como tomar um banho ou comer uma laranja.
Fazem-se amizades, nascem crianças, há casamentos, morrem
pessoas…
Um livro que nos faz meditar sobre a força de vontade e da
determinação. O desejo de liberdade de Mary move-a a percorrer o mundo, a lutar
com todas as forças para defender aqueles que ama. O que é afinal perder quando
já se tem tão pouco? E quando não resta mais nada é possível recomeçar?
Este livro fez-me pensar nas condições existentes nas
prisões no século XVIII e faz-me lamentar a forma desumana como os presos eram
tratados naquela época mas também mostrou-me que a persistência e a força de
vontade são essenciais para nos mantermos fiéis a nós próprios em situações tão
complicadas como a qual Mary se deparou.
Por tudo isto, aconselho vivamente as
pessoas a ler este livro pois garanto que não se vão arrepender e que irão
ficar vidrados na leitura deste livro.
Marlene
Filipa Teixeira Gonçalves - 12ºPTT
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