Foi despoletado o n.º 2 do Gatilho. A BE não ficou indiferente ao lançamento deste boletim e publica a entrevista prometida no post do dia 22 de outubro.
As duas primeiras questões são respondidas pelo mentor do projeto, Gilberto Pinto (G.P.), as restantes pelo Diogo Cardoso (D.C.). Ambos são ex-alunos da ESA! Curioso...
G.P.: O projeto nasce da nossa vontade de fazer alguma coisa pela
nossa cidade, com o objectivo de promover os artistas da terra. Visto que temos
um grande número de jovens talentos, mas com dificuldade em dar a conhecer à
população os seus projectos, e nós estamos cá para isso. Queremos que as
pessoas, que através de exposições, concertos, workshops, etc, que vamos
organizar, tenham a oportunidade de vir, apreciar e debater, todos os trabalhos
apresentados pelos nossos artistas.
O nome «Gatilho» parece evocar os clássicos westerns do cinema
americano. Há alguma similitude? Quem batizou o projeto?
G.P: Não, não tem nada a ver com os clássicos que refere. Inicialmente
o nome do projecto era Rastilho de Amarante, mas como já existe um projecto com
o mesmo nome nós obrigamo-nos a mudar. Então foi colocado no facebook um
pedido, a todos que quiseram participar, para sugerirem um nome, queríamos que
fosse idêntico ao inicial, no sentido que nós demos ao projecto, ou seja, de
“propulsionar” a cultura artística na cidade de Amarante, então eis que surge o
nome Gatilho O projecto foi baptizado por mim, antigo aluno da
ESA. Frequentei também o curso de Arte e Design, e agora trabalho como
designer gráfico na área da publicidade.
O futuro é imprevisível,
todavia não é isento de expectativas. Enquanto jovem artista, o que esperas de
ti? E dos outros?
D.C.: Aquilo que espero de
mim, é não perder a vontade de trabalhar na área das artes. Por vezes, surgem
imprevisibilidades bastante diferentes do que estamos habituados a lidar, e
isso pode provocar um efeito negativo e desmotivador. Mas também pode provocar
o contrário. O que interessa, é olhar para tudo como uma forma de conhecimento.
O conhecimento das coisas boas e das coisas. A experiência depois dará os
frutos.
Aquilo que eu espero dos outros, sinceramente, é que tenham um conjunto
de ética e valores, e que os pratiquem com honra e dignidade.
Na qualidade de ex-aluno do curso de Artes Visuais, qual o
impacto e a importância do trajeto
trilhado pela escola secundária/3 de Amarante?
D.C.: Na verdade, o impacto
foi tremendo. Tive a oportunidade de conhecer professores que são artistas
plásticos e que me transmitiram conhecimentos que me colocaram num patamar
diferente ao de outras escolas. Até mesmo de escolas como Soares dos Reis,
António Arroio e a Arco. Ao afirmar isto não estou a dizer que era melhor.
Simplesmente tinha noções plásticas diferentes, porque tinha professores no
secundário diferentes.
Descreve, sucintamente, o teu percurso académico pós ensino secundário.
D:C.: Pós ensino
secundário, fui estudar cinema para a escola superior artística do Porto, não
tendo terminado. Depois mudei para artes plásticas nas Caldas da Rainha onde
concluí a licenciatura.
Que sugestões/conselhos
poderias veicular aos jovens alunos do Curso de Artes Visuais da ESA?
D.C.: Normalmente não gosto
de dar conselhos porque não me acho bom a fazer isso. Mas sinceramente, acho que a
melhor coisa que os alunos da ESA podem fazer é, antes de mais, pensar o porquê
de frequentar o curso de artes. Depois devem pensar o que gostavam de seguir. E
depois deviam começar já a provocar a criatividade. Quem quiser ser artista aos
17 ou 18 anos de idade vai a tempo claro, mas se começar já criar penso que
podem fazer a diferença entre o ser bom e o ser espectacular no futuro.
Metam-se nos cafés, na rua, na escola, nos parques, no museu e mostrem o vosso
trabalho!
Obrigada.
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