O Prof. Doutor
Paulo Alexandre e Castro, dinamizou para três turmas do ensino secundário - 10º CLH, 11º
CT3, 11º CT4 -, o workshop «Filosofia no Smartphone».
A interrogação
filosófica «as máquinas são inteligentes?» subjacente ao cartaz, serviu de mote
para a abordagem de outros problemas
profundamente filosóficos. Utilizando no seu discurso uma ironia, assaz peculiar,
o docente da Universidade do Minho teceu uma acutilante crítica à sociedade contemporânea. Uma sociedade sedutora,
criadora de falsas necessidades, que impele o ser humano ao consumo desenfreado,
privando-o da sua consciência crítica. Uma sociedade que subverte a relação do
homem com a máquina («não somos donos, somos escravos»), subverte a relação do homem consigo mesmo. Por
exemplo, temos o «imperativo de ser feliz» e, deste modo, a «felicidade» publicitada
e oferecida é extrínseca ao homem, ao invés de lhe ser intrínseca. Daí a
alienação reinante e a nobre tarefa da Filosofia em educar e elevar o pensamento, em
auxiliar o homem na saída da sua «menoridade mental».
Após a sessão, alguns alunos (11º CT3) registaram os seus pensamentos, destinados ao palestrante. Eis algumas dessas reflexões:
«Gostaria de agradecer ao Dr. Paulo Castro, pois o senhor instigou-me a pensar, abriu a minha mente para a realidade do mundo contemporâneo, para a minha alienação e para a minha comodidade existencial. Honestamente, não pensava que existiam tantas formas de manipulação no nosso quotidiano.»
Ana Margarida Cardoso
«A questão 'Por que é que o telemóvel é inteligente?' e a afirmação 'tudo à nossa volta parece estar a ficar inteligente' fizeram-me reflectir sobre a inteligência do ser humano.Estaremos a ficar menos inteligentes para nos tornarmos tão dependentes destes equipamentos?»
Cátia Teixeira
«Achei a sessão muito interessante, devido à maneira como abordou o tema 'Filosofia no smartphnone'. Gostei muito da ironia, principalmente quando disse que se pensassemos que íamos ouvi-lo falar de smartphones, estavamos enganados. E a sessão foi muito enriquecedora porque fez com que reflectissemos que as coisas só aparentemente são banais.»
Ana Cunha
«Gostaria de dizer ao Dr. Paulo Castro que a sua palestra foi fantástica. Sem dúvida, uma das melhores a que assisti e que me permitiu ter outra noção da realidade, de uma realidade que eu desconhecia.»
Bruno Cerqueira
«Gostaria de poder dizer-lhe que as palavras do Dr. Paulo Castro foram sábias e pertinentes no que toca à sociedade contemporânea. Para além de abordar temas com os quais temos contactado na disciplina de filosofia e referir a sua importância e utilidade, abordou um tema fulcral nos dias de hoje: a importância da filosofia como arma para vencermos as adversidades que a sociedade nos apresenta, algo muito importante para o nosso futuro.»
Diana Silva
«Sinto a necessidade e o dever de dizer que as estratégias que o orador utilizou para prender a atenção do auditório foram de facto benéficas. Foi uma intervenção muito interessante e levantou questões que já me tinham ocorrido. Concordo com grande parte da sua posição relativamente a variadas vertentes do assunto. Apreciei, principalmente, a parte do discurso referente ao 'imperativo da felicidade' na medida em que fora um pretexto de reflexão acerca do assunto.
No entanto, discordo parcialmente da sua posição porque penso que generalizou em demasia. Penso que há pessoas que não procuram a felicidade como um dever, mas como, de facto, uma possibilidade: algo que se pode alcançar, não sendo uma regra. Penso, ainda, que uma apreciável parte da sociedade vive só porque é um ser vivo, isto é, sobrevive, não contribuindo para a evolução ou progresso da mesma.»
Alice Cardoso
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